Vivemos na corda bamba sobre um abismo,
Onde o homem faz malabarismos
Para equilibrar-se entre o bem e o mal.
Mascararam a justiça e a moral...
O homem cai nas garras da violência,
Do crime organizado e da corrupção.
Falham os braços da lei, na incompetência;
No abismo não há rede de proteção!
A plateia, entretanto , alheia ao drama ,
Ri com os palhaços, que a atenção lhe chamam,
Para o ilusionista a tirar coelhos da cartola;
Pra que não pense na decadência da Escola,
Ou nos que morrem nas filas de hospitais...
E anunciando a atração principal,
“A promessa do melhor ” soa bem forte :
“Respeitável público!... Eis o globo da morte!”
A plateia espera com emoção ... em suspense !
O espetáculo vem logo, antes que pense:
Mundo... Globo da Morte onde se arrisca a sorte;
Onde se arrisca a vida em torno ao vil metal!
Perigosamente a girar, buscando o prumo
Para o equilíbrio entre o bem e o mal.
Zulma de Bem
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Pôxa, Zulma, parabéns pela qualidade do texto, escreveste com o coração. Profundo, atual,reflexivo. Muito bom!
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