domingo, 27 de abril de 2014

Ainda há orvalho…


 

Recém amanheceu…
O véu da noite desvelou-se lentamente
Chega a luminosidade solar
Raios tímidos cintilam...
Mas entre algumas árvores
Gotas de orvalho brilham
Rolam. deslizam como pérolas
Nas folhas extremamente verdes
Em diferentes nuances
Paro totalmente um instante
Apenas para me extasiar
Diante a beleza suprema e rica
De um novo dia que se anuncia!

Eloísa S. Moura

Imagem: Google


quinta-feira, 24 de abril de 2014

Piratuba






Pitoresca cidade catarinense, onde as águas termais são a atração principal e cuja natureza  é exuberante e o colorido das flores contrasta com o verde das plantas.O Parque das Águas com suas modernas piscinas atraem os turistas que lá acorrem em grande número, e inúmeros hotéis e pousadas oferecem ótimas acomodações e uma deliciosa e variada gastronomia.


Um moderno centro de espetáculos foi construído para abrigar os diversos festivais que acontecem na cidade, entre os quais se destaca o Festival Internacional de Danças da Terceira Idade, que ocorre todos os anos no início do mês de novembro. Pertenço a um grupo de danças e comparecemos a esse festival há vários anos.A cidade fica repleta de dançarinos da terceira idade e tudo gira em torno da dança e dos participantes. Além dos ensaios também são oferecidas oficinas e palestras sobre os benefícios desta arte que são ministrados por jurados altamente qualificados. Aos grupos vencedores, nas diversas modalidades são oferecidos prêmios em dinheiro e troféus.


A cidade tem seu retorno, com os hotéis e o comércio que é atraente, e os participantes que crescem a cada ano, e os participantes, além da integração com os outros grupos até do estrangeiro, além da emoção das apresentações no palco e os aplausos do público, tem elevada sua autoestima.


E o importante são os momentos emocionantes que se vivemos.


 


Terezinha Brandenburger
Imagem: Google 

domingo, 20 de abril de 2014

Duas versões para o mesmo tema



                       Tempo perdido          
 
Como é difícil definir
quando a incerteza se instala.
O porque e o será se revezam,
Inibem a clareza , geram dúvidas, abala.....
A busca por respostas ,
O acertar o caminho percorrido,
Criam sentimento de culpa pelo tempo perdido.


                                     Renate Gigel



Tempo perdido 

Penumbra...
O sol
Ainda não acordou.
Outro dia chegará vagarosamente.
Prudente, ressabiada não o desperdiçarei
Como muitos que resvalaram por mim.


Mardilê Friedrich Fabre


Imagem : Google




quinta-feira, 17 de abril de 2014

Quaresma por quê?







Tempo de reflexão

De oração e de perdão...

Reflexão para rever rumos

Para abandonarmos o velho ser

E entrarmos na vida nova,

Após 40 dias de espera...

 

Eloisa S. Moura

Imagem: Google

segunda-feira, 14 de abril de 2014

Tutti-frutti à brasileira





                                       
Brasil é como se não fosse.
Brasil é milhares de luzes pisca-piscando
Nas ruas das grandes cidades.
Brasil é vaivém de propagandas na televisão.
É criança nascendo sem pais.
É meninos fugindo de policiais.
Em vão se debatem.
Em vão procuram uma saída.
Em vão.
 
Deus é brasileiro,
mas o homem não.
Um é português
(viva Camões,o fado e o vinho do Porto)
Outro africano
(afoxé, candomblé, axé, xangô, Zumbi)
Um é alemão
(Deutschlandüberalles)
Outro italiano
(non capiccioniente)
A cultura é francesa
(Révue d’Esthetique, a la Chanel)
A tecnologia, americana
(Know-how, marketing, software)
A agricultura, japonesa
(tomate, uva, kiri, kiwi)
A alimentação, suíça
(leite Ninho, Nescafé, Nescau)
 
Nove entre dez brasileiros preferem feijão.
(feijão preto ou feijão soja?)
Onze entre dez brasileiros preferem o Brasil.                                                            









 (Publicado na coletânea: “Autores Gaúchos 90”, Porto Alegre, 1990)


 


Liti Belinha Rheinheimer


Imagem: Google

quarta-feira, 9 de abril de 2014

A Copa está chegando.




 

Parece a contagem regressiva de um novo tempo.
A expectativa de tantos é enorme, e a mídia, envolvente.
Busca de melhorias, construções faraônicas e uso de recursos como se a fonte fosse inesgotável.
As justificativas desde as mais plausíveis até as mais irreais. Vale tudo.
Tudo é para todos, e tudo ficará para sempre, o progresso está inerente ao evento e a projeção de lucros incontáveis é promissora.
As brisas parecem que vão soprar palavras de uma só língua ou todos passarão a falar várias, como que por encanto, em poucas aulas de conversação.
As profissões, na sua maioria de prestadores de serviço, passarão, como num passe de mágica, a ser tão qualificadas que poderão desempenhar, com maestria, a elegância do traquejo das mais variadas exigências multiculturais.
Que lindo! Verdadeiro “País das Maravilhas”.
E no belíssimo azul do céu tropical se desfazem em róseas e translúcidas nuvens, tantas esperanças acalantadas, tantas lágrimas de angústia por uma vida para os filhos, o desejo de poder frequentar uma escola, quiçá uma universidade, ou para muitos, o básico sustento do dia a dia...
E no monótono e repetitivo martelar das construções, onde os corpos bronzeados pelo sol, banhados em suor do esforço da perseverança, quantos não serão levados pelos sonhos que acalantam. Promessas e perspectivas, como nova luz, buscam acreditar. Não perdem a fé e deixam se invadir pela fantasia que vem embalada na maior paixão de um povo inteiro e que representa a promessa de que nós podemos e faremos tudo ficar bem.
Como é bom ter esta garra! Ou será o debater do náufrago?
Povo maravilhoso, que resiste aos desafios e busca driblar suas tristezas.
Fé para não sucumbir e se perder nas profundezas da desilusão.
Nem que seja na expectativa da Copa, alegria de um povo.



Renate Gigel

Imagem: Google

domingo, 6 de abril de 2014

Outono de saudades




 

Saudades de meus pais. De quando ainda podia visitá-los.

Normalmente o fazia no mês de abril. Percorria os muitos quilômetros que me separavam de minha terra natal, por estradas ladeadas pelos campos de trigo. Ficava observando pela janela do ônibus, seus cachos dourados, iluminados pelo sol laranja do outono. Aquela luz pálida, desenhava uma aquarela suave em tons pastéis.

Seguia embalada por aquela paisagem de muitos matizes, tentando adivinhar qual a surpresa que me esperava na casa de meus pais. Se um doce de laranja, preparado com carinho pela minha mãe, ou uns bolos fritos, que eram a especialidade de meu pai.

Quando ia me aproximando do povoado onde eles moravam, sentia um frio no estômago, como se fosse a primeira vez que ali estivesse. Encontrávamos todos reunidos a nos esperar, os irmãos que moravam próximo , o Sr. Jacó e a Dona Nina.

Quando percorríamos os campos nos arredores da vila, íamos observando as nuvens e tentando adivinhar as formas que elas apresentavam, ora lembrando um determinado animal, ora um pássaro. À noite, sentávamos na varanda da casa e observávamos as estrelas, mais visíveis pela ausência das muitas luzes de uma grande cidade.

Visitávamos alguns irmãos que moravam mais afastados e aproveitávamos para matar as saudades de tomar um copo de leite morno, recém-tirado da vaca, cheio de espuma, com uma pitada de açúcar e canela. Chupávamos cana, tomávamos banho de cachoeira, comíamos frutas recém-apanhadas do pé.

Nos finais de semana, reuníamos todos os irmãos na casa de meus pais e disputávamos um carteado, em que as duplas iam se alternando de acordo com a disponibilidade dos pares e suas habilidades com as cartas.

Na hora das refeições, era aquele mutirão, as mulheres fazendo as "misturas" e os doces, e os homens envolvidos com o churrasco assado na vala.

Era uma felicidade ímpar, que sempre estará atrelada aos tons laranja das lavouras de trigo e as temperaturas amenas de uma época de outono.

Aida Pietzarka
Imagem: Google

quarta-feira, 2 de abril de 2014

Contemplação






Quaresma... .tempo de recolhimento...
Outono... as folhas  caem; são levadas  pelo vento,
Deixando aos poucos, as árvores desnudas.
Até a natureza ensina, na estação que muda;
Que é preciso passar pelo deserto da dor
E morrer... para ressuscitar... e florescer!
Também desnudo minha alma diante do Senhor!
Deixo cair o véu da hipocrisia,
Que as minhas culpas e fraquezas encobriam.
Dispo o manto do egoísmo e da autossuficiência
E fico diante Dele e da minha consciência,
Tal qual a árvore, cujas folhas o vento levou.
Cristo, por amor morreu e por amor ressuscitou!
Ante este Amor Maior; ante esta Fonte de Perdão,
Prostro-me apenas em contemplação...
Mostro-me a Ele do jeito que sou!


 


Zulma de Bem


Imagem: Google