domingo, 30 de dezembro de 2012

Ano Novo



Feliz Ano Novo!
Renasce a esperança,
Vem a euforia, as festas, as danças...
Explode a alegria!
Abraça-se o povo num gesto fraterno!
Mas volta a rotina...
E tudo termina
No inverno das almas, gelando o amor!
E tudo se acalma;
Acomoda-se o povo;
Fenece a esperança, ainda na flor!
E nada de novo;
Só os vícios tão velhos e os velhos egoísmos,
De novo
Refletem-se no espelho das almas!


Zulma de Bem

Imagem: Google

quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

Espero-te 2013

Menino ao mundo se lança.
Trá-lo gota de esperança
P´ra substituir o que não presta.
Na amizade e na paz gesta
alegria e harmonia.
Que vá a misantropia
E que venha a bonomia.


Mardilê Friedrich Fabre

Imagem: Google


domingo, 23 de dezembro de 2012

Uma Noite Mágica



Era uma noite fria e estrelada,
Quando, na distante Belém de Judá,
Numa humilde estrebaria, José e Maria,
Entre os animais se aconchegaram.

E, enquanto o Menino Deus nascia,
A lua pelos caminhos se espraiava
E a Estrela-Guia,a todos
A boa nova anunciava.

Pastores e reis logo
Para a estrada se foram,
Para louvores e presentes oferecer
Àquele que veio em nome do Senhor.

Que neste Natal,
Os acontecimentos desta noite mágica,
Sejam lembrados em todos os lares do mundo,
Que todos se entrelacem as mãos,
Em busca da tão desejada paz
E por último, se presenteiem.
Feliz Natal para todos.

Terezinha Brandenburger
Imagem: Google

terça-feira, 18 de dezembro de 2012

O Saco de Brinquedos

 
 
Lá vai a velha senhora, levando em seus ombros um saco com os poucos pertences que lhe restam, chamando a atenção por onde passa. Alguns olham com curiosidade, outros com compaixão. Mas a velha mendiga indiferente a tudo segue sua caminhada. Certa tarde, quando estava descansando em um banco da praça, uma pequena menina veio ao seu encontro, contrariando a mãe que aos gritos lhe dizia para não se aproximar da estranha. Indiferente aos apelos da mãe, a criança sentou- se ao lado da mendiga e perguntou:
 - O que a senhora traz dentro deste saco?
A velha senhora fica a olhar para a menina, parecendo não tê-la ouvido. Um longo silêncio se seguiu, ao final do qual diz como se falasse consigo mesma:
 - São lembranças, apenas lembranças de minha infância, passando a retirar delicadamente do interior do saco, o que restou dos brinquedos e das brincadeiras da sua infância. 
Aos poucos, o banco vai sendo ocupado por bonecas sem cabeça, braços ou pernas. Peteca, pião, corda pula-pula, saco de riso, passador de cabelo. Um coelho de pelúcia, faltando uma orelha, um velho e surrado livro de Monteiro Lobato, e, por fim, um potinho vazio que a faz lembrar o doce cheiro de canela da casa de sua avó. A pequena menina está encantada com o que vê e pergunta se pode ficar com alguns brinquedos. Sem responder à pequena, a velha andarilha começa a colocar lentamente cada um dos brinquedos de volta no saco e, ao final diz:
- Minha pequena criança, estes brinquedos de nada te servirão. O valor de cada um deles está nas recordações dos dias de minha infância com os quais vivi e que guardo com muito carinho na minha lembrança, mas posso te dar um saco, para que um dia coloques também teus brinquedos e recordações, pois ao final é tudo que nos resta...   

Jandira Teresinha Weber
Imagem: Google

sábado, 15 de dezembro de 2012

Nossa Senhora Imaculada




                                                                 
Cuida de nós
De nossas famílias,
Dos nossos amigos,

Protege
As crianças,
Os doentes
E os mal- aposentados.

Afasta os perigos,
As catástrofes
E os políticos só por profissão.

Desperta nos jovens
Vocações religiosas,
A paternidade responsável
E a fraternidade.

Faze  diminuir
A violência urbana,
O consumo do álcool, das drogas e o crime organizado.
Enfim, Mãe Querida, te suplicamos
Cobre com teu manto protetor
Esta terra “abençoada por Deus e bonita por natureza “
E faze com que nossos governantes
Trabalhem pelo bem- estar  do povo brasileiro.
 
Terezinha Brandenburger
Imagem: Google

sábado, 8 de dezembro de 2012

A Respeito de Valores



Em reunião com o grupo de jovens que se preparava para o Sacramento da Crisma, refletíamos sobre valores. Lembrei, então, de um comentário que ouvi (faz já bastante tempo) de um colega a respeito de um professor, um homem de grande cultura, muito conhecido e respeitado por seus ensinamentos e por suas obras. Até aí, tudo bem, mas o que me inquietou foi ouvir que a pessoa ficara chocada ao ter visto, certo dia, o referido professor, atravessando uma rua, pedalando uma bicicleta. Segundo ela, para “um homem daquela posição” era uma incoerência andar por aí de bicicleta. “Um homem como aquele... deveria valorizar-se mais!”

 Eu nada respondi, mas aquilo ficou machucando a minha alma. Afinal, o que significa “valorizar-se?”

Quando comecei a conhecer melhor alguém chamado Jesus Cristo, o verdadeiro sentido de valores foi ficando mais nítido para mim.

Só para citar um exemplo: no texto bíblico que fala da entrada de Jesus em Jerusalém, hoje comemorado como Domingo de Ramos, não vinha Ele em uma suntuosa carruagem puxada por fogosos corcéis; nem montado em um cavalo branco, ladeado por súditos e guarda-costas, e sim montando um simples jumentinho, símbolo da humildade e do despojamento.

Então, o que caracterizava o seu valor? De onde lhe vinha aquela sabedoria que confundia os Doutores da Lei? O que fez com que os poderosos tivessem tanto medo daquele homem que, segundo suas próprias palavras não tinha onde repousar a cabeça e cuja única arma era a Palavra?

Aos poucos, encontrei respostas para todas essas perguntas: os verdadeiros valores não estão na aparência física nem naquilo que ostentamos; não estão naquilo que temos, mas naquilo que somos.

Ouvi, certa vez, uma comparação que achei muito sábia: “As pessoas são presentes umas para as outras. Presentes esses que vêm em embalagens diversas. É preciso, entretanto, tomar cuidado para não avaliarmos o presente pela embalagem, pois este, após desembrulhado, pode surpreender ou desapontar.”

Todos nós nascemos presentes importantes, porém, muitas  vezes, no decorrer de nossas vidas, deixamo-nos “enrolar” por embalagens enganosas...

Terminamos, naquele dia, o encontro catequético a respeito de valores, com esta reflexão: ”As pessoas são presentes valiosos de Deus, umas para as outras”.


Zulma de Bem

Imagem: Google

sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Momentos


Momentos
São pedacinhos da vida da gente
Bons às vezes, outras ruins.
Mas a terra também
Precisa do sol e da chuva
Para que tudo sobre ela cresça e floresça.
Assim também nós
Necessitamos vivenciar momentos tristes
Para saber valorizar os alegres.

Terezinha Brandenburger
Imagem: Google

sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Feira do livro

Burburinho, empurra empurra, multidão!
Nossa! quanta gente em busca de mais um título que lhe chamou a atenção ou a complementação de suas informações acadêmicas!
O colorido de carrinhos de bebê com os pais na escolha do que será o primeiro contato do filho com o mundo das letras, e o ancião, já acomodado no banco da praça, olhos semicerrados, ouvindo os acordes do sexteto de cordas que executa músicas menos alegres, pois é dia de finados... acomodando no colo uma edição antiga que encontrou na caixa do sebo, mas que lhe traz muitas e saudosas lembranças.
O artista de rua, prateado ou em tons de terracota, enfrenta os 35°, altivo, como se nada o afetasse.Quantas horas de silencioso e introspectivo trabalho não lhe custaram para tão efeciente presença? E se contenta com moedas!!!!!!! Que pena a arte ser tão cara para que a ama! E o que recita Sheakespeare? Maravilhosa performance que merece o melhor dos  palcos, talento preso a um pedestal transmutado em tronco de árvore, num apelo à conservação ambiental.
Maravilhoso caleidoscópio onde se fundem as mais diversas buscas, formando linda estrela, colorida e inspiradora para quem vai afundar pensamentos no próximo livro que acabou de comprar!
Renate Gigel 

quinta-feira, 15 de novembro de 2012

TAKE ME II



És faísca por todos os cantos e brechas em ti.
Substância candente quando atrito em meu corpo
fenômeno luminoso
acompanhado de descarga elétrica e
rasgada em raios e trovões.
Em ti procuro fagulhas de ouro e diamantes
em terras lavradas distantes, e descubro-as
cravadas em peitos, curvas, pernas, cavernas.
És centelha vivaz da minha devoção e do meu pecado
reflexo ecoando nas quatro paredes de mim
até não caber mais dentro deste corpo.
Como vulcão em erupção
tua lava quente
abre-me em valas
onde afundas e aplacas tua sede.
Despertas meu coração ateu em
vislumbres de pura inspiração
onde olhos vivos
mostram-me o caminho de perdição
onde és minha única salvação
em faíscas por todos os cantos e brechas em mim
juro que sobrevivi.



Jussara Petry

Imagem: Google

sábado, 10 de novembro de 2012

Zés do Brasil

 
 
O ribombar do trovão confundia-se com o grito da mulher em dores de parto. O silêncio que se seguia foi quebrado pelo choro do recém-nascido na busca insistente pelo seio da mãe, quem num fio de voz diz: “Tu vai te chamar José. José, como o pai de Jesus, e como ele, tu vai ser carpinteiro”.
Quatro anos depois, o pequeno menino franzino e desnutrido ganhou as ruas e as sinaleiras, mas o que ganhava mal chegava para alimentar sua mãe e os três irmãos. Do pai nunca soube nem o nome, e por muito tempo achou que se chamava Demo, pois quando sua mãe ficava com raiva, aos gritos dizia:”Venha seu, filho do Demo”.
 O tempo foi passando. As brigas as bebedeiras e as surras se tornaram cada vez mais frequentes. Então, certo dia, José resolveu não mais voltar para o pequeno barraco de telhas furadas, pelas quais ficava olhando as estrelas. A rua se tornou seu novo lar. As pessoas que lhe davam esmolas quando era pequeno, hoje lhe diziam: “Vá criar vergonha nesta cara e arrumar um emprego, moleque”.  
, como era conhecido agora, perambulava pelas ruas. A fome a miséria e o abandono lhe corroíam o estômago, a alma e a esperança. Passou a encontrar conforto para sua fome e abandono no pequeno pedaço de flanela embebido em solvente. Primeiro uma náusea lancinante, depois o riso em gozo de morte, e por fim o sono, durante o qual sonhava com uma bela senhora vestida de azul a lhe estender os braços, mas que não podia alcançar. 
O inverno chegara mais cedo naquele ano. se arrastou até as escadarias da igreja em busca de calor e de conforto para sua solidão, juntando-se a um grupo de meninos que ali se encontravam. A fome e o frio transpassavam seu pequeno corpo, dilacerando sua alma. A imagem de sua mãe e de seus irmãos lhe veio à mente, e ele chorou amargamente. Do alto da cripta da igreja, a imagem da Virgem parecia olhar para ele, que desejou aconchegar-se em seus braços, como o fizera algumas vezes com sua mãe. Agarrou-se a seu pedaço de flanela, mas não sentiu vontade de cheirá-lo. Seus olhos se fixaram na imagem da santa, até perder a noção do tempo. Um estrondo seguido de um clarão na forma de espada penetrou em suas entranhas fazendo seu pequeno corpo rodopiar no ar. Um filete de sangue escorreu pelo canto de sua boca, e seus olhos incrivelmente arregalados, num misto de êxtase e encanto não acreditavam no que viam. Ao seu lado, estava a senhora envolta em seu manto de luz, que o envolvia num longo abraço.

Jandira Weber
Imagem: Google

domingo, 4 de novembro de 2012

Poluição








Por onde andamos, ela nos acompanha,
Pelo chão, pelo ar e até no mar,
Pode ser, ambiental, visual e sonora.
Pensar em usufruir de momentos longe dela, quase inútil,
Permanecer alheio a ela, é acovardar-se,
Portanto, urge que façamos a nossa parte.
Punir os infratores, faria diminuir os poluidores.

Terezinha Brandenburger
Imagem: Google

terça-feira, 30 de outubro de 2012

Catch 22


Teu amor
é como arma de fogo em riste.
Pente de balas cheio,
engatilhado
pronto para queimar.
Tiro e queda,
feito lança
dardo
flecha
arma de fogo
pronta para disparar,
lançando-me no ar feito projétil.
Arma raiada
letal
armadilha
arsenal em beijos, abraços, jogos, ritmos e compassos
quando te encontro nas nossas horas mortas
perigos estes tão esperados, tão desejados
quando tu, tirana,
malvada
plena em abusos devassos
meus lábios aos teus prendes
e me rodopias
em pulseiras, brincos, anéis e cheiros raros.
Dona e sábia de mim
apressa-me o coração
instiga-me o instinto
turva-me a mente
para que eu possa delirar em frêmitos suspiros,
fazer-me enfim puxar o gatilho
mais rapidamente e em estampidos secos qual a corrida das queimadas,
fazer com que minha morte se por inteiro, impiedosamente,
pois não basta o castigo, o sacrifício da promessa do frio da morte
entre os vãos do teu corpo.
Louca
perigosa
intrigante
para fazer-me merecer o paraíso,
fazes-me padecer alvo em teu fogo cruzado
puro purgatório
tiro de misericórdia
prenúncio da minha morte anunciada e desejada,
quando amá-la é muito mais do que simplesmente viver.


Jussara Petry

Imagem: Google