Teu amor
é como arma de fogo em riste.
Pente de balas cheio,
engatilhado
pronto para queimar.
Tiro e queda,
feito lança
dardo
flecha
arma de fogo
pronta para disparar,
lançando-me no ar feito projétil.
Arma raiada
letal
armadilha
arsenal em beijos, abraços, jogos, ritmos e compassos
quando te encontro nas nossas horas mortas
perigos estes tão esperados, tão desejados
quando tu, tirana,
malvada
plena em abusos devassos
meus lábios aos teus prendes
e me rodopias
em pulseiras, brincos, anéis e cheiros raros.
Dona e sábia de mim
apressa-me o coração
instiga-me o instinto
turva-me a mente
para que eu possa delirar em frêmitos suspiros,
fazer-me enfim puxar o gatilho
mais rapidamente e em estampidos secos qual a corrida das queimadas,
fazer com que minha morte se dê por inteiro, impiedosamente,
pois já não basta o castigo, o sacrifício da promessa do frio da morte
entre os vãos do teu corpo.
Louca
perigosa
intrigante
para fazer-me merecer o paraíso,
fazes-me padecer alvo em teu fogo cruzado
puro purgatório
tiro de misericórdia
prenúncio da minha morte anunciada e já desejada,
quando amá-la é muito mais do que simplesmente viver.
Jussara Petry
Imagem: Google
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