domingo, 29 de abril de 2012

Incógnita


Quando me lês
Não tentes decifrar-me
Nem sequer ouses rotular-me
Teu julgamento tiraniza-me
Rouba meu real sentido
Empalidece meu brilho
Enlouquece minha lucidez
Ofusca minha luz
Envaidece tuas inverdades
Traz à tona
Meu pior
Burla meu melhor
Não me cubras de lógica
Não me peças coerência
Não me faças parecer coesa
Sou pura emoção
Alimento-me de anseios
Sem receios
Não dou vazão à comiseração
Tampouco me embriago no cálice
Da indulgência
Pingo em gotas de chuva
Para não alagar
Resisto à borrasca e tormentas
Viro furacão
Corro atrás dos ventos e quando solta
Estepe afora
Entre as savanas
Teimo em deitar-me
Em frenética corrida
Pra esquentar e virar sol

Portanto não me divida em categorias
Sou incondicional
Absoluta
Irrestrita
Integral
Única
Insolitamente
Provocativa a qualquer desafio
À condição humana

Não me leias
Não tentes decifrar-me
Simplesmente

Jussara Petry

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quarta-feira, 25 de abril de 2012

Ao Homem Mais Amado


Meu querido, gostaria de ser para ti
a mulher mais linda, mais fêmea, mais sexy.
Pisar macia e nua sobre pétalas de rosas.
Acariciar tua pele com mãos nervosas.

Agitar seios nus, cobertos por colares.
Agradecer-te por me quereres e amares.
Trazer-te ânforas e bandejas de iguarias
só para sentar e ouvir o que falarias.

Contorcer-me a teus pés como atraente serpente.
Sentir o teu sangue ardente sempre mais quente.
Banhar o teu corpo em uma chuva de estrelas,

quando de suor e desejo te escabelas.
Deslumbrar tua mente com a dança do ventre.
Olhar, admirar, querer teu corpo fremente.


Liti Belinha Rheinheimer

Imagem:Google

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domingo, 22 de abril de 2012

Fazer amor



Me explique o que é fazer amor.

NÃO!!!

Não me responda agora, ainda é cedo e tem crianças na sala.

Recentemente fiz uma cirurgia e por estar difícil de manter uma relação sexual, meu marido e eu, ficamos na cama, nus, abraçados, bem abraçados, enquanto acariciávamos as costas um do outro. Sussurrei em seu ouvido: 
- Estamos fazendo amor.
E era.

Em sua plenitude, fazer amor não precisa ser, necessariamente, o encontro de dois órgãos sexuais.

Tenho lembranças muito ternas de algumas vezes que fiquei apenas de mãos dadas com alguém, lado a lado, enquanto a imaginação voava e inventava grandes cenas de amor.

Essa troca de afetos, esse dividir de almas é mais "fazer amor" que um orgasmo duplo ou triplo depois de um "sexo animal".

Há ocasiões em que um sexo mui caliente, cheio de temperos, é tudo de bom. E se for feito com a consciência e o respeito de que estamos "fazendo amor", ele é pleno...completo...é o ÊXTASE.


Aida Pietzarka

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sábado, 21 de abril de 2012

Lançamento Livro de Aida Pietzarka

No dia 18 de abril de 2012, no Espaço Cultural Albanbo Hartz, em Novo Hamburgo, Aida Pietzarka lançou seu livro "Aida: uma história de superação". Familiares e amigos foram levar-lhe seu apoio.





quarta-feira, 18 de abril de 2012

Os Olhos




















Olhos
que piscam, beliscam,
coriscam pelo ar.

Ora suaves, em brumas, garças
esparsas em lago celestial.

Ora elétricos, em faíscas, corcéis
fogosos mordendo o ar.


Ora lânguidos, namorados ardentes
mordiscando algum par.

Mistérios se escondem,
séculos,em cada pupila ocular.

A boca fala.
Os olhos dizem.

A boca é corpo.
Os olhos, a alma.

Liti Belinha Rheinheimer

Imagem: Google

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domingo, 15 de abril de 2012

OUTONO




         Foi num domingo de sol, enquanto íamos para a serra, num mês de abril, que eu descobri o outono.
         Ao contemplar a paisagem pela janela do carro, comecei a perceber que o sol tinha uma luz diferente, mais tarde senti que tinha, também, um calor diferente.
         Até aquele momento eu gostava do verão por causa do calor, férias, praia e da primavera, porque era um pré-verão que ainda nos brindava com muitas flores e uma profusão de cheiros.
         Mas como eu havia deixado o outono passar despercebido? Vocês já pararam para observar a luz do sol no outono? Ela é diferente, é a luz que eu vejo nos quadros do Monet, é uma luz cheia de mistérios, me faz lembrar filme antigo, foto preto e branco, um final de tarde no campo.
         E o calor então? Ele não queima, não arde, ele aquece, é um calor de aconchego, de início de namoro, um calor de primeiro beijo, com gosto de pitanga madura.
         É no outono que podemos nos lambuzar, comendo fruta do conde, podemos pintar um quadro cheio de luz , ou apenas passear abraçados no friozinho do final da tarde.
         Aproveitem! Saiam para a rua! Vão até a praça descobrir o outono. Ainda dá tempo.

Aida Pietzarka

Imagem: Google

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sábado, 14 de abril de 2012

Lançamento do Livro de Mardilê Friedrich Fabre


Hoje, dia 14 de abril de 2012, das 15h30 às 17h, na livraria Noble Book, Mardilê Friedrich Fabre, associada da Academia Literária do Vale do Rio dos Sinos, lançou seu segundo livro de poemas "Rumos da Poética do Século XXI". A autora verseja tipos de poemas criados na primeira década do século XXI e traz explicações teóricas sobre cada um deles. É o resultado de pesquisa na internet em sites de poetas. Gabriel Cardodo dos Santos registrou em fotos o evento. Abaixo uma amostra.









quarta-feira, 11 de abril de 2012

A Luz da Sabedoria


A mente é um pássaro nômade que emigra para lugares longínquos, sempreem busca de algo... de uma luz... Mas que luz é essa que sempre lhe foge?

Quanto mais adquire conhecimentos ao longo do caminho, mais percebe que, em todos esses saberes, não está o que procura. O pássaro da mente ainda não compreende, mas a luz que teima em fugir-lhe é a da sabedoria; e mesmo inconscientemente, é ela a luz que almeja. Mas onde encontrá-la? Então, armazenar conhecimentos não é sabedoria?

O pássaro do espírito interfere, mostrando que jamais a encontrará, se voar sempre para a frente; apenas para a frente, num voo vertiginoso e rasteiro, sem tempo de olhar para o céu; sem tempo de olhar ao redor... É preciso, muitas vezes, voltar ao ninho antigo. Põe-se a refletir e aos poucos vai entendendo: No afã de apropriar-se de tantas informações encontradas pelo caminho, tantas maravilhosas inovações, vai deixando despercebida, ao longo do tempo, o essencial.

Com as maravilhas da ciência conquistadas, com as tecnologias a cada dia mais aperfeiçoadas, veio o progresso, as riquezas, o conforto material... mas não a felicidade! Maravilhado a percebe nas pequenas coisas, nas coisas não vistas pelos nossos olhos mortais!

Aquela luz tão procurada começa a descortinar-se... e o pássaro  da mente, finalmente voa em sua direção! Alça o voo mais alto e mais calmo; e quanto mais alto voa mais claramente que a sabedoria não faz parte do passado; não está no presente nem estará no futuro... Ela está dentro de cada ser humano!

Mergulha, sereno, num humilde voo para dentro de si mesmo, deixando para trás o orgulho, os preconceitos, o egoísmo...o que pensava saber... o que julgava ser... e ao encontrar-se com o que tem de mais puro e verdadeiro, encontra a centelha divina que vive em nós. Encantado, descobre o sentido verdadeiro do amor em sua essência!

Porém, o nosso pássaro continuará a voar sempre em busca da luz da qual temos apenas uma centelha, por que somos humanosm, e a plenitude desta sabedoria não pertence a este mundo! Mas quando consegue vislumbrá-la... isso é o essencial!

Continuará a buscá-la até transpor as muralhas da limitação, rumo à eternidade... Então poderá repousar em seus campos verdejantes... matar a sede em suas águas cristalinas e finalmente, ser acolhido em seus braços.


Zulma Trindade de Bem

Imagem
: Google

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sábado, 7 de abril de 2012

Lua Cheia de Páscoa




Anoitece!
E lá, longe,
Onde o mar parece ter fim,
Surge a lua,
Tímida e sem cor.
Devagarinho, se arredonda,
Veste-se de gala,
Esparrama sua luz prateada sobre as águas!
E o espetáculo que se inicia,
É simplesmente, fantástico!
                                   
                          Terezinha Brandenburger

Imagem: Google

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domingo, 1 de abril de 2012

Lua Nova


Nuances de cores no céu enluarado
Róseas nuvens a passar...
Engano meu, está alaranjado
Deve ser o devaneio deste meu olhar!

Seguem os raios tracejados
Por eles também correm meus pensamentos.
Esqueço a vida diante do firmamento e seus bordados,
Debruço-me , esquecendo  até atrozes  sofrimentos...

Luar que vejo da janela
Parece que veio encantar meus sonhos,
Tornar minha noite mais bela!

Desejos despertam, alvorotam e agitam,
A pele aquece, e o corpo grita...

É lua nova, nova lua, toda nua.

Renate Gigel
Presidente Alvales