sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Momentos


Momentos
São pedacinhos da vida da gente
Bons às vezes, outras ruins.
Mas a terra também
Precisa do sol e da chuva
Para que tudo sobre ela cresça e floresça.
Assim também nós
Necessitamos vivenciar momentos tristes
Para saber valorizar os alegres.

Terezinha Brandenburger
Imagem: Google

sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Feira do livro

Burburinho, empurra empurra, multidão!
Nossa! quanta gente em busca de mais um título que lhe chamou a atenção ou a complementação de suas informações acadêmicas!
O colorido de carrinhos de bebê com os pais na escolha do que será o primeiro contato do filho com o mundo das letras, e o ancião, já acomodado no banco da praça, olhos semicerrados, ouvindo os acordes do sexteto de cordas que executa músicas menos alegres, pois é dia de finados... acomodando no colo uma edição antiga que encontrou na caixa do sebo, mas que lhe traz muitas e saudosas lembranças.
O artista de rua, prateado ou em tons de terracota, enfrenta os 35°, altivo, como se nada o afetasse.Quantas horas de silencioso e introspectivo trabalho não lhe custaram para tão efeciente presença? E se contenta com moedas!!!!!!! Que pena a arte ser tão cara para que a ama! E o que recita Sheakespeare? Maravilhosa performance que merece o melhor dos  palcos, talento preso a um pedestal transmutado em tronco de árvore, num apelo à conservação ambiental.
Maravilhoso caleidoscópio onde se fundem as mais diversas buscas, formando linda estrela, colorida e inspiradora para quem vai afundar pensamentos no próximo livro que acabou de comprar!
Renate Gigel 

quinta-feira, 15 de novembro de 2012

TAKE ME II



És faísca por todos os cantos e brechas em ti.
Substância candente quando atrito em meu corpo
fenômeno luminoso
acompanhado de descarga elétrica e
rasgada em raios e trovões.
Em ti procuro fagulhas de ouro e diamantes
em terras lavradas distantes, e descubro-as
cravadas em peitos, curvas, pernas, cavernas.
És centelha vivaz da minha devoção e do meu pecado
reflexo ecoando nas quatro paredes de mim
até não caber mais dentro deste corpo.
Como vulcão em erupção
tua lava quente
abre-me em valas
onde afundas e aplacas tua sede.
Despertas meu coração ateu em
vislumbres de pura inspiração
onde olhos vivos
mostram-me o caminho de perdição
onde és minha única salvação
em faíscas por todos os cantos e brechas em mim
juro que sobrevivi.



Jussara Petry

Imagem: Google

sábado, 10 de novembro de 2012

Zés do Brasil

 
 
O ribombar do trovão confundia-se com o grito da mulher em dores de parto. O silêncio que se seguia foi quebrado pelo choro do recém-nascido na busca insistente pelo seio da mãe, quem num fio de voz diz: “Tu vai te chamar José. José, como o pai de Jesus, e como ele, tu vai ser carpinteiro”.
Quatro anos depois, o pequeno menino franzino e desnutrido ganhou as ruas e as sinaleiras, mas o que ganhava mal chegava para alimentar sua mãe e os três irmãos. Do pai nunca soube nem o nome, e por muito tempo achou que se chamava Demo, pois quando sua mãe ficava com raiva, aos gritos dizia:”Venha seu, filho do Demo”.
 O tempo foi passando. As brigas as bebedeiras e as surras se tornaram cada vez mais frequentes. Então, certo dia, José resolveu não mais voltar para o pequeno barraco de telhas furadas, pelas quais ficava olhando as estrelas. A rua se tornou seu novo lar. As pessoas que lhe davam esmolas quando era pequeno, hoje lhe diziam: “Vá criar vergonha nesta cara e arrumar um emprego, moleque”.  
, como era conhecido agora, perambulava pelas ruas. A fome a miséria e o abandono lhe corroíam o estômago, a alma e a esperança. Passou a encontrar conforto para sua fome e abandono no pequeno pedaço de flanela embebido em solvente. Primeiro uma náusea lancinante, depois o riso em gozo de morte, e por fim o sono, durante o qual sonhava com uma bela senhora vestida de azul a lhe estender os braços, mas que não podia alcançar. 
O inverno chegara mais cedo naquele ano. se arrastou até as escadarias da igreja em busca de calor e de conforto para sua solidão, juntando-se a um grupo de meninos que ali se encontravam. A fome e o frio transpassavam seu pequeno corpo, dilacerando sua alma. A imagem de sua mãe e de seus irmãos lhe veio à mente, e ele chorou amargamente. Do alto da cripta da igreja, a imagem da Virgem parecia olhar para ele, que desejou aconchegar-se em seus braços, como o fizera algumas vezes com sua mãe. Agarrou-se a seu pedaço de flanela, mas não sentiu vontade de cheirá-lo. Seus olhos se fixaram na imagem da santa, até perder a noção do tempo. Um estrondo seguido de um clarão na forma de espada penetrou em suas entranhas fazendo seu pequeno corpo rodopiar no ar. Um filete de sangue escorreu pelo canto de sua boca, e seus olhos incrivelmente arregalados, num misto de êxtase e encanto não acreditavam no que viam. Ao seu lado, estava a senhora envolta em seu manto de luz, que o envolvia num longo abraço.

Jandira Weber
Imagem: Google

domingo, 4 de novembro de 2012

Poluição








Por onde andamos, ela nos acompanha,
Pelo chão, pelo ar e até no mar,
Pode ser, ambiental, visual e sonora.
Pensar em usufruir de momentos longe dela, quase inútil,
Permanecer alheio a ela, é acovardar-se,
Portanto, urge que façamos a nossa parte.
Punir os infratores, faria diminuir os poluidores.

Terezinha Brandenburger
Imagem: Google