domingo, 29 de dezembro de 2013

A viagem


 
 


Os dias se antecipavam para o final de mais ano. As pessoas em euforias para visitar os familiares, parentes e amigos, e a passagem do Ano-novo entre elas.

 
O ônibus estava lotado: passageiros, malas, e presentes.
 

Em poucas horas, todos fechavam as cortinas e se acomodavam para o descanso da noite. As luzes se apagaram e o silêncio se fazia notar.

 
O ônibus rodava,rodava, dançava na pista iluminada pelos faróis, que rasgavam a escuridão. As subidas, descidas, retas e as mais perigosas curvas, exigiam toda a atenção do motorista.

 
Enquanto todos dormiam, ela tomou um impulso e invadiu a cabine do motorista.

- Desculpe minha invasão, só quero lhe fazer companhia.

 
O motorista levou um grande susto, ela esperava que ele fosse dizer: “È proibido passageiro ficar aqui”, mas ele nada falou. Ofereceu uma poltrona, e ela ali ficou por alguns instantes, e a conversa se tornou agradável.

 
- Tenho que ir para meu lugar, sei que não devo ficar aqui, foi bondade sua, e não quero lhe dar problemas com seu trabalho. Ele respondeu:

-Não se desculpe, foi Deus que lhe mandou aqui na cabine. Eu estava de olhos abertos, mas a minha mente já estava dormindo.

 
Então, foi mesmo Deus que a mandou, evitando um acidente e tirando a vida de muitas que ali dormiam.

 

Carmen Gomes

Imagem: Google

terça-feira, 24 de dezembro de 2013

Mágica noite


 

 


Nesta mágica noite de Natal

Gostaria de ainda ser criança

E meus sapatinhos na janela colocar

Acreditando que Papai-Noel

Um lindo presente irá deixar.

 

Marly Leiria
Imagem: Google

sábado, 21 de dezembro de 2013

Sonhando com um Novo Natal no Brasil


 

Por que não sonhar com um Natal diferente? Como, por exemplo, um Papai Noel de bermudas e camiseta com colorido e sorrindo para toda a gente!

Um Natal com todas as pessoas irmanadas e humanizadas sem distinção alguma, um só coração, sendo cada um e cada uma, um irmão e uma irmã.

O consumismo reduzindo e a alegria sendo multiplicada pela simples razão de existir e pertencer à obra do Criador.

A hipocrisia então será banida do convívio, e a utopia por um mundo mais harmonioso e mais justo será multiplicada!

A esperança potencializada a cada manhã e a cada jornada!

 

Eloísa S. Moura

Imagem: Google

sábado, 14 de dezembro de 2013

Despertando saudades.


 

 

Por incrível que pareça, não desapareceu minha criança.

 Tenho enfeites por toda a casa e preparo um a um os pacotinhos das lembranças que comprei para quem quero bem. Acho até que os olhos ainda brilham no advento da chegada de colocá-los sob a árvore!


Penso em estrelas  e na árvore de Natal com os enfeites simples de maçãs e biscoitos que fazia com minha mãe e que podia comer um pouco a cada dia, até Dia de Reis.


Meus filhos também tiveram esta experiência, só adaptada ao Natal de verão brasileiro. Depois de 60 anos, comprando alguns doces natalinos, vi que  também descobriram o encanto de fazer  chocolates para enfeitar o pinheiro, o que me leva de volta às recordações. Nossos bombons eram colocados em forminhas e ficavam um pouco no umbral da janela cheia de neve, para endurecer, para depois serem embalados em brilhante papel laminado. Ficavam lindos à luz das pequenas velas que eram acesas, envolvendo   todos e tudo em névoas de paz.  Traz sabores, cheiros e amores de toda uma vida. Minha expectativa, geralmente frustrada, de que todos vão vibrar com seus presentes, volta cada ano, sempre renovada e a esperança de saúde, realizações ainda a alcançar, (e quem sabe?) viver plenamente, preenche meu Natal! Nunca coloquei sapatinho na janela, mas tenho fé e alegria na espera de renovação!


O Menino Deus vive fazendo companhia à minha menina interior, no doce encantamento de luzes e emoções.

Feliz Natal!

 

Renate Gigel

Imagem: Google

quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

Noite de Natal


 

O Natal estava se aproximando. Papai Noel precisava entregar os brinquedos que as crianças esperavam ansiosamente.
 
Na noite de 24 de dezembro, milhares de estrelas de vários tamanhos cintilavam no céu. Entre elas havia uma pequena estrela com sua luz muito fraca, quase apagada, ela estava triste e solitária.
 
Admirando as suas companheiras, pensava:
“Um dia também serei grande e terei o mesmo brilho.”
 
Não muito distante dali, num cantinho do céu, Papai Noel arrumava o seu trenó. Era hora de distribuir os presentes. Mas surge um pequeno problema, a lanterna do trenó estava estragada. Como iria iluminar o caminho?
 
Pensou, pensou, olhou para todos os lados ah! encontrou a solução.
 
Chamou a pequena estrela e lhe disse:
“Vai à frente do meu trenó iluminando o caminho.”
 
“Eu? Mas sou muito pequena e quase sem brilho,” disse a estrela.
 
Papai Noel olhando-a respondeu:
 
“As estrelas grandes e com muito brilho não me servem, porque o caminho ficaria claro demais. Tu o iluminarás, com a tua tímida luz e as crianças não perceberão que estou chegando.”
 
A pequena estrela sorriu e seu coração bateu mais forte, já não estava triste, nem sozinha, seria útil ao Papai Noel.
 
Naquele instante, ela entendeu que não é necessário ser grande e brilhante, pois, mesmo pequena e quase sem brilho, tem sua utilidade e além do mais, ela, no futuro, certamente, iluminará intensamente uma Noite de Natal.
 
Marly Leiria
Imagem: Google
 
Editado em 2010 na Antologia Caminhos Literários, do Centro Literário de São Leopoldo. Organizadora: Mardilê Friedrich Fabre. Editora Oikos Ltda.
 


 
 
 

sábado, 7 de dezembro de 2013

Por que guardamos tantas coisas?


 

 

O final do ano se aproxima e é hora de fazer "aquela" faxina!
 
Começo esvaziar as gavetas e fico analisando tudo que guardei no último ano e não consigo entender porque tem uma embalagem de gloss vazia, na gaveta de meu criado mudo, uma caneta que não escreve mais e muitos potes de creme com a data de validade vencida. Quantas coisas desnecessárias vamos acumulando no decorrer de um ano.
 
Fiquei me questionando então, se fôssemos fazer uma faxina em nossos corações, o que encontraríamos?
 
Será que muitos potes de sentimentos, vazios?
 
Será que muitos pedidos de perdão com a validade vencida?
 
Quantas canetas vazias, que podiam ter sido usadas para escrever aquelas frases carinhosas que nossos filhos e amigos estão esperando há tanto tempo e as usamos somente para escrever críticas?
 
Quantas embalagens de brilho vazias?
 
Vamos encher nossos potes interiores de bons sentimentos e perdão!
 
Vamos esvaziar ainda muitas canetas, escrevendo cartas de amor, leis que beneficiem a todos e pedidos de desculpas.
 
Vamos encher novamente nossas embalagens de gloss e sair por aí deixando um rastro de brilho e de luz por onde passarmos. Vamos espalhar amor e felicidade e também sermos felizes.
 
 
Aida Pietzarka
 
Imagem: Google

sábado, 30 de novembro de 2013

Aeroportos


 
                A espera para novos horizontes,

                Acolhe passageiros de diferentes países,

                Agradável, para os amantes de viagens

                Assustador para os claustrofóbicos,

                Agonia nos atrasos dos voos,

                 Ancoradouro para chegadas e partidas,

                Aproxima povos e nações.   
 
Terezinha Brandenburger
Imagem: Google

quarta-feira, 20 de novembro de 2013

Um Olhar na Rua


 

Olhando a rua, me sinto nua

O silêncio é tristeza crua.

Não há passantes nem transeuntes...

Se ao menos tivesse lua.

 

Olhando a lua me sinto nua,

Despida, vazia...

Se ao menos as árvores

Estivessem seminuas

 

Ao olhar a rua, fiquei a pensar

E a rua nua a observar

Se ao menos, tivesse lua.

 

Olhando a rua, eu me sinto nua

Num imenso vazio, e essa tristeza crua...

Que bom que aparecesse a lua!

 

Alda Leda Galhardi

sábado, 16 de novembro de 2013

Injustiça


 


Uma moça esperava o seu voo no aeroporto e resolveu comprar um pacote de biscoitos. Sentou-se para descansar, ler um pouco e comer os biscoitos.


 Ao lado dela, sentou-se um homem. Quando a jovem pegou o primeiro biscoito, o homem também pegou um biscoito. Ela se sentiu indignada, pois nem havia oferecido biscoito àquele desconhecido. Mas nada falou. A cada biscoito que ela pegava, o homem também fazia o mesmo. Aquilo deixava a jovem tão indignada que nem conseguia reagir. Por fim, restava apenas um biscoito, e ela pensou: “Que será que esse abusado vai fazer agora?”


 Então, o homem dividiu o biscoito ao meio, deixando a outra metade para ela.


 O desconhecido homem, por várias vezes, tentou olhar nos olhos da jovem, mas eram tentativas frustrantes, ela nem sequer dirigia-lhe o olhar. Ficou indignada, irada e bufando de raiva, levantou-se daquele banco e dirigiu-se ao embarque.
 
Já no interior do avião, ela notou que o seu pacote de biscoito estava dentro da sua bolsa. Distraída, ela mesma o havia colocado e, por coincidência, era o mesmo biscoito que o homem havia comprado. Foi ela quem comeu os biscoitos do estranho. Sentiu muita vergonha de si mesma. Já de partida, nem teve tempo para desculpar-se.


O estranho homem dividiu seus biscoitos sem se sentir indignado.


 Alguns partilham com mais facilidade, outros, com muitas dificuldades, como se fosse uma obrigação.


Somente para refletir.
 

Carmen Gomes

Imagem: Google

 

domingo, 10 de novembro de 2013

Fluss Haus


 

Traduzindo para nossa língua,
Quer dizer, ”Casa do Rio”,
Um lugar paradisíaco para visitar.
 
Um rio em cascata aquieta-se
Em frente à casa, onde coloridos peixes
Encantam adultos e crianças.
 
O jardim convida para um passeio
E entre plantas e flores,
Respira-se harmonia e perfume.
 
No interior, pessoas em trajes típicos,
Combinam com o estilo alemão
Dos acolhedores ambientes.
 
A apetitosa mesa dos comes
Iguala-se a de um banquete
E impossível é de tudo provar.
 
Aos homens agrada
O Marreco assado
As mulheres repetem o Toucinho Doce.
 
A boutique dos doces,
Faltam-me palavras para descrevê-la,
O melhor é conhecê-la.
 
Este recanto tão primoroso
Situa-se num verdejante vale,
No distrito de Vargem do Cedro,
Em São Martinho, Santa Catarina.

 

Terezinha Brandenburger
Imagens: Google

quarta-feira, 6 de novembro de 2013

Desalento


 

Passam pelos pensamentos,
pelo coração,
mil coisas,
alegrias,
ansiedades,
conquistas,
decepção.
 
Parece inocente criança
que busca alcançar a luz,
que se alegra,
faceira com tudo,
nem percebe, ingênua,
o que o outro induz.
 
 
De cada pequena vitória
emana forte emoção.
Quer partilhar,
agregar, dividir,
festejar o sucesso
e se sente irmão.
 
Tantas buscas,
noites perdidas,
tentativas,
experiências sofridas.
Tanta agonia,
esperanças por sucesso,
acertos e alegrias.
 
Por quem?
Para quem?
Prá si, não!
Seu amor vai além!
 
Lamenta...
Há quem fique aquém,
Que olhe gelado,
ou lábio encrespado,
com mágoa ou irado,
transforme o bem
num mal planejado.
 
E chora,
encolhida,
não entendida,
no estreito da mente,
orando, temente, 
ser revigorada!
 
A vida continua
e as flechas marcadas
a fogo e facão,
traçam,  na alma,
sulcos de dor,
e sugerem perdão.
 
Será que há outra solução?
 
 
Renate Gigel

Imagem: Google

terça-feira, 29 de outubro de 2013

Obra Inacabada


 

 

A vida é uma caminhada,

No amor, na dor, na esperança

Do ideal que nunca alcança!

É uma obra inacabada;

Linda escultura entalhada,

Sem os retoques finais;

Sem as formas ideais,

Como almeja o artesão;

É a busca da perfeição...

Mas... finita; limitada,

Chega um dia ao fim da estrada,

Sem completar a missão!

 

Zulma de Bem

Imagem: Google


quinta-feira, 24 de outubro de 2013

Meus Pés Tocam a Areia


 

Sinto meus pés na areia
Qual um talco colorido,
Colorindo meu passeio.
 

Ao fundo, as ondas
Batendo suave na areia
A paisagem adentra minha veia.
 

Penso que sou sereia,
Ensaio um canto alegre
Para agradar Netuno!
Ó  Deus dos Mares!

Eloísa Silva Moura

Imagem: Google