segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

Quem espera...




Você esperaria trinta anos para viver um grande amor?

Esperaria trinta anos para ser feliz?

Sim, eu esperei.

Numa era de relacionamentos descartáveis, onde apenas são feitos “test-drives” poucas pessoas saberão que existem muitas fases e ciclos num convívio a dois.

Num relacionamento de trinta anos, por exemplo, é como se convivêssemos com quatro parceiros diferentes, já que a cada sete anos o ciclo muda.

Casamos com um jovem imaturo, algum tempo depois estamos com um homem em início de carreira, mais tarde, com um pai de família, em pleno desempenho de sua profissão, depois com um homem maduro, experiente, carinhoso, parceiro, que conhece todos os teus pontos “G”e do qual você já sabe todas as manias.

E aí então, o relacionamento começa ficar interessante, apimentado, pois você já batalhou para construir seu patrimônio, já trocou todas as fraldas possíveis, já operou todas as suas varizes e agora é o momento de viver uma nova juventude e se os deuses abençoarem; viver um grande amor.

Então um belo dia, você acorda, olha para o lado e percebe que aquele que está ao teu lado por tanto tempo é o cara que te faz bem, que te faz vibrar, que te “acende”, que junto com o comprimido para dores musculares, te dá um beijo gostoso e um abraço quente e você agradece por ter tido a paciência de esperar esses trinta anos passarem para viver esse momento.

Poucas sabem o que é chegar em casa, abrir a geladeira e encontrar vários cocos gelados por que ele sabe que você gosta e faz bem para tua saúde, no armário, a bolacha com gergelim que é a sua preferida, na fruteira, as frutas que você usa na sua vitamina e na cama, ele usar aquela cueca branca e o perfume que despertam em você toda a fantasia para uma longa noite de amor.

Portanto, mulheres, se estiverem cansadas de seu relacionamento, avaliem melhor, aguardem mais um pouquinho, pode ser que logo mude o ciclo e venham boas descobertas. Se ainda tem algum sentimento, se ainda não se perdeu o respeito, vale a pena recomeçar.


Ainda teremos a fase da velhice, em que os desejos da carne talvez não estejam tão aflorados e será necessário haver uma boa conversa, companheirismo, cuidado. Mas espero que essa fase também seja boa, pois é importante termos alguém para esquentar nossos pés numa fria noite de inverno.

Aida Pietzarka
Imagem: Google

Um comentário:

  1. Que bom ver tudo isso, Aida!
    Parabéns.
    Que a idade nos traga não só experiência, mas sabedoria.
    Já sabemos discernir, o que é uma conquista inigualável!

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