quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

O tempo não tem tempo






Às vezes se  aparta de mim a inspiração!

Deixo meus sonhos no tempo  dispersos;

Perco meus versos na  agrura das  eras...

Fica tapera o rancho coração!

Mas, vem habitá-lo, de novo, a utopia

E, nas invernias de tempos adversos,

Campeio meus versos; minha alma não cansa

De ter esperança que ela volte um dia!

O tempo não  tem tempo de prosear com a vida;

Vai na corrida, feito estouro de boiada...

E,  na hostil cruzada, pisoteia a gente!

Ternura anda ausente, não há mais lirismo!

Ante ao abismo do desânimo e impotência,

Peço clemência à musa da poesia!



Zulma de Bem

Imagem: Google

3 comentários:

  1. Simplesmente maravilhoso Zulma, você trouxe palavras para alguns anseios meus! Estes três versos definem bem aqueles momentos em que parece que entramos em um vazio, sem horizonte, até reencontramos nossa divindade Poesia! Amei amiga!!!
    "Às vezes se aparta de mim a inspiração!
    Deixo meus sonhos no tempo dispersos;
    Perco meus versos na agrura das eras..."

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  2. Simplesmente divina esta poesia, Ternura anda ausente, grande verdade ! Nesta selva de pedra onde vivemos esquecemos de demonstrar carinho, afeto... Tudo passa rápido e ficamos a olhar com complacência a vida se esvaindo, sem ter coragem de falar e demonstrar nossos sentimentos de amor, gratidão...Enfim, tanta coisa que alegra um coração... Marindia

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  3. Profundo e envolvente.
    Parabéns, querida amiga.
    Renate

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