Solidão

           

                 

                          Solidão                              

Em meio à multidão,

cercado por todos os lados,

apressados,

empurrado,

anônimo cidadão.

Em meio a tantos,

ela me invade, a solidão.

Imagem que seduz

Talvez o sinal da cruz

seja o que mais seduz!

Quem sabe um novo carrão,

ou apenas um pedaço de pão...

Seios à mostra,

ou pérola fechada na ostra!

Depende, apenas, de uma grande paixão...

Renate Gigel

Imagens: Google

Férias... Férias!

Férias, Amelias, Limerias!

Assim somos na praia, no campo...nem tanto

Tiramos o mofo deste ano, sem desgostos.

Arrumamos as malas, tralhas, navalhas.

Chegamos naquele canto, depois de suados

Pelo desconforto do assento.

Portas se abrem, janelas acolhem nossos braços abertos

Querendo saúde, felicidade, alegria.

Buscamos as crianças, fazemos a mesa, com sobremesa.

Colhemos flores no altar, colocamos música bem-vinda.

Na novela da vida, sentinelas queridas acalmando as feridas...

Assim são as férias, para quem vai ou quem fica,

Simplesmente o singelo, tornando tudo assim belo.

Queremos tanto e quando temos...ficamos tontos.

Renovados, iniciamos o ano novo

Quase parecendo santos!

Máyra S. L. 

Imagem: Google

Lembranças

Diz Mário Quintana em um de seus poemas: “ No final são as coisas mais simples as únicas que o vento não conseguiu levar.”

Lembrei dele há poucos dias, quando da inauguração de uma loja, em nossa ex- casa que construímos e moramos por cerca de quarenta anos.

As paredes internas foram quase todas removidas dando lugar a grandes ambientes, onde as peças do vestuário estavam lindamente expostas, estando tudo muito harmoniosamente decorado. Foram momentos muito emocionantes para minhas filhas e para mim, já que o meu esposo, por motivos de doença, não pode comparecer. Nosso consolo foi que tudo foi muito bem planejado e executado e que ao menos a casa não foi destruída, dando lugar a um edifício, como é bem comum acontecer.

No jardim dos fundos, ao redor da piscina, aconteceu um desfile e foi para lá que nos dirigimos e para mim esta foi a parte que mais me tocou, ao ver as quatro palmeiras reais que nós plantamos e em seus caules as orquídeas, que eu plantei, bem como outras plantas que também foram conservadas.

E em meio a muita emoção, convidados, comes e espumantes, lá estava eu, pensando nos dizeres do nosso poeta:” No final, são as coisas mais simples...

Terezinha Brandenburger

Imagem: Google

A bailarina

Desenho: Luana Jenifer

Esta noite tive um sonho.

Sonhei que caminhava...

Caminhava em um lindo jardim.

Eu estava pensando.

Pensava em mim, no mundo...

Então vi a coisa mais bela.

Tão bela como mágica!

Vestia-se em várias cores,

Azul, amarelo, rosa e vermelho.

De tanto olhar,

Fiquei encantado.

Queria lhe falar...

Mas não podia.

Ela era magra,

De movimentos suaves,

Como uma bailarina.

Em um palco qualquer...

Seu nome podia ser Catarina!

Sob o luar,

Ficava mais bela.

Então ver ela dançar,

Me fazia sonhar...

O dia amanhece,

Enquanto eu dormia a seus pés...

Mas tiraram-na dali!

Acordei num pulo,

Como se adivinhasse.

Onde estás?!

Doce Catarina...

Bela bailarina...

Entro em casa chorando.

Me perguntam por quê?

Digo-lhes que me roubaram!

Mas roubaram-te o quê?

Catarina, a minha flor!

Serás esta?

Trouxeram pela manhã...

Sim! És meu amor!

A doce Catarina,

Querida bailarina,

Rosa da minha vida!

Luana Jenifer

Dançar com você

Dançar com você

  

Sinto teus braços a me envolver,

Quero teu corpo inteiro absorver.

Tenho desejos com sofreguidão,

Impulsos, incauto está meu coração.

Rodopio ,giro, deslizo...

Por quê?

Só quero, para sempre, dançar com você!

Renate Gigel

VÉU

  

Por entre etéreos rosáceos entrevejo

a candura do sorriso ,

o gesto lânguido e cativante.

Solitário andante

como por imã atraído,

sei apenas caminhar na vida, ao léu.

Não tenho a sutileza de levantar o véu.

Renate Gigel

Tranqueiras

Em busca de dias de descanso, à beira de um mar mais convidativo e mais aquecido, após o Natal, de mala e cuia, saímos em direção à dita Ilha da Fantasia, Florianópolis, que agora com a BR101 ainda com poucos trechos a construir, tornou-se mais próxima para nós,  gaúchos.

          Tudo foi tranquilo até atingirmos a cidade de Tubarão, passando a usina de carvão, o trânsito começou a ficar lento, parando e andando a passo de tartaruga. Para encurtar, ao apagar da luzes de 2014, ficamos na estrada por seis horas seguidas,  o  tempo previsto para esta viagem  e nós levamos doze . Para  nos desesperar ainda mais , num determinado momento, ao nosso lado, um enorme caminhão, acelerou e bateu num carro parado, e após colidir, ainda continuou a acelerar, e o motorista do carro desceu, mas o condutor do caminhão continuou a pisar no acelerador. Minha filha colocou a mão na buzina, e eu fazia sinal e gritava para o motorista do caminhão que parecia não ver o carro à sua frente. Felizmente não houve danos maiores, mas a tensão foi grande.

             Para compensar, após a travessia da ponte sobre a  Lagoa do Imaruí em Laguna, o  engarrafamento  acabou e ainda nos deslumbramos com a megaponte que ali está sendo construída, com muito atraso, mas uma grandiosa obra da engenharia brasileira. E para apagar de vez, o sufoco e tranqueira da estrada e amenizar o calor abrasivo dos últimos dias do ano, desfrutamos de um mar calmo e morno com o aconchego da família, à sombra das amendoeiras e até de quando em vez, com a visita inesperada de um lagarto, que mora na  vegetação próxima e que era o encanto e susto da garotada.

           Que para 2015 nosso governo, em lugar de aceitar tantas montadoras de carro, invista mais nas estradas, que estão cada vez  mais apinhadas e congestionadas, para que possamos, sem tantas tranqueiras, ter acesso  mais fácil aos lugares paradisíacos desta terra abençoada por Deus e bonita por natureza.

                                           Terezinha Brandenburger

Imagem: Google