sexta-feira, 12 de setembro de 2014

Vingança



         Já era madrugada, quando ela saiu do seu plantão. Poucos rodavam por ali, e, na sinaleira, foi bruscamente assaltada.
       O assaltante levou todos os seus pertences e espancou-a com violência.
       Ela ficou ali, ferida, enquanto ele fugia com o carro dela.
      A polícia não o encontrou. A imagem daquele homem ficou gravada em sua memória. Seria medo, pavor ou desejo de vingança? Nem ela sabia.
      Após alguns meses, ela recuperava sua vida financeira e diminuía o pavor que a atormentava.
     A médica atendia os últimos pacientes e terminava seu plantão, quando surgiu uma emergência. Era um jovem acidentado, e bastante ferido, e ela, uma médica eficiente e responsável, cuidou de seus ferimentos. Depois de anestesiado e acalmada a dor, ele agradeceu à enfermeira que o confortou no leito.
      A médica mal podia conter-se. Após o atendimento, trancou-se numa sala e se pôs a chorar. Por que Deus colocou esse homem para que eu salvasse sua vida, o mesmo homem que me deixou caída no chão quase sem a minha vida? Neste momento eu não queria ser médica, eu queria ser uma juíza.  
       A médica optaria pela razão, ou pelo coração. Telefonou para a polícia.
      - Eu atendi aqui no hospital e reconheci o homem, o qual me assaltou.
Ele estivera foragido, e ela pôde entregá-lo, assim a vingança foi feita. Ou seria justiça?


Cármen Gomes
Imagem: Google

Nenhum comentário:

Postar um comentário