Busco traçar paralelos entre os idos 1824 e muitos anos
depois em que aqui cheguei.
Deixo-me levar por lembranças que vêm desde o embalar de
ondas no mar, de um mar sem fim, ao que parece, e da ansiosa expectativa de ver
a costa que se aproxima.
É um misto de emoções fortes e que duram, penso eu, até o
fim da existência de cada um que vivenciou a partida, carregada de antecipada
saudade do que vai deixar para trás e da inquietude de ir para o desconhecido. Ficam
amores e cores, vão baús e sonhos.
O que será que sentiram os que tiveram que enfrentar uma
natureza tão agreste e de onde tinham que tirar seu sustento? Como puderam
passar aos filhos a segurança e abrigo se tantos momentos de desolação os
alcançavam? Será que a busca de uma nova vida, no novo mundo, seria uma feliz
escolha ou uma batalha? Quantos vieram em busca do paraíso?
Os longos anos de colonização deixam respostas que ainda
encontramos no dia a dia, olhando a edificação de cidades, onde os vestígios
arquitetônicos ainda demonstram a força de quem esculpiu as primeiras toras. As
torres das igrejas ainda despontam entre os arranha-céus, documentando a fé que
os norteou e não permitiu que fraquejassem diante das dificuldades.
As escolas são símbolo de sua convicção de que para o
homem ser completo a educação é imprescindível.
Os jardins cuidados, as flores, o pomar, o cultivo da música,
da arte manual e da preservação da reunião da família ao redor da mesa são
marcas indeléveis no cotidiano de tantos que podem chamar de seus ancestrais a
estes destemidos construtores de uma nova vida, uma nova era, uma nova pátria,
que aprenderam a amar intensamente e lhe legaram seus filhos e seu trabalho.
Parabéns!
190 anos de história.
Renate
Gigel
Imagem:
Google
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