quinta-feira, 4 de junho de 2015

Cantata da Infância


“Ó meu belo castelo,
Mata tira tira rei,
O que vós quereis,
Mata tira tira rei”

Eu quero por um instante
Reviver a minha infância,
O meu tempo de criança
Que longe se vai.

Sair correndo cabelos ao vento,
Pés descalços pisando a grama molhada
Colher mexericas e amoras
Sem saber aonde iria chegar.

Curtir um momento de encantamento
Preencher o meu ser com aquele viver
De correria, de tanta energia e euforia
Que existia naqueles guris e gurias.

“Cai cai balão, cai cai balão, na rua de sabão”.

Fazer roda ao redor da fogueira
Acordar São João cantando
E pulando ao som dos rojões
Fazer sorte, fincar bananeira
E sonhar com o futuro na luz dos balões.

"Terezinha de Jesus, maravilhas no chapéu
Isto não são maravilhas são estrelinhas do céu”.

O céu, o luar, o verão, o mar
Da minha infância na simplicidade
E até certo ponto na ingenuidade,
Da criança que já amava
E sonhava com um futuro de esperança.

“Marcha soldado cabeça de papel
Se não marcha direito, vai preso pro quartel”

Marcha, menina, cabeça inteligente
Se não marchar direito
No Natal não tem presente.
Marcha, menino, vai logo pro batente
Se não marchar direito
Não vai ser um presidente.

A vida é maravilhosa
E também um desafio
Desperta e anda logo
Senão perde o navio.

Quem não se lembra da infância
Do seu tempo de criança,
É casa sem alicerce
É vida sem esperança.

“A canoa virou, por deixar ela virar
É por causa da saudade,
Que eu me pus a recordar.”

Eu sendo um peixinho
e sabendo poetar,
Mergulhei na minha infância
Para a alma renovar
revivendo nas lembranças,
mil motivos para amar
e nesta vida continuar

                                               Alda Leda Galhardi
Imagem: Google 


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