Chuva de Prata

 

Em pensamento estou sentada diante da janela e vejo um cinzento céu.

É inverno, o frio procura passagem por entre as frestas das vidraças...

Sussurro do vento pampeiro se esgueira até minha cadeira.

Deixo ideias correrem junto às nuvens e, por entre um pensamento e outro,

A lua espia, pálida e serena, como que a caminhar de encontro  a alguém.

Serei eu?

Abrem-se as nuvens num rasgo de luz, para no próximo momento, o vento mais forte tornar a fechar a cortina da noite.

Divago, mais uns minutos, por aquela paisagem noturna que me envolve, me embala e me remete no tempo.

Exatamente há 25 anos atrás ocorreu, num solene momento, o despontar de uma estrela no cultural firmamento.

Devotados amigos, sonhadores e fortes defensores, trabalharam para seu reconhecimento.

Deram-lhe nome, forma, hino e bandeira e a conduziram através de um longo tempo.  ... 25 anos.

E volto a olhar a noite, as nuvens... O frio se repete... Será que está chovendo?

Não.

É feliz encontro de amigos,

 Lembranças, trabalho e união.

Só bençãos para a Alvales ,

É comemoração pela jubilosa data,

São pingos de amor...

É chuva de Prata!         

 

Renate Gigel