quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

“Embalos de Sábado à Noite “




Em memória aos mortos de Santa Maria

Num ambiente quase na penumbra,
Corpos suados, mentes descontraídas,
Uma multidão de jovens, muito além,
Daquela que ali deveria estar,
Dançava, namorava, bebia e comemorava,
Embalada por músicas frenéticas,
Que combinavam com a sua época.

Jovens, no esplendor de seus melhore anos,
Com uma desenfreada ânsia de viver,
Um desmedido desejo de produzir,
E um cem número de sonhos a realizar

Um frêmito de entusiasmo
Tomou conta de todos,
Quando foi anunciado o show
Tão aguardado por todos.

Aplausos e ”uaus“ foram ouvidos,
Quando sinalizadores foram lançados no palco
E teve início o espetáculo pirotécnico.
Tão aguardado por todos.

E com a atenção concentrada,
Poucos notaram, quando
Uma chama atingiu o teto
E começou a queimar.

Os que estavam próximos do palco,
Viram o acontecido, deram o alarme,
E começaram a correr em direção à saída,
Sendo barrados na portaria.
Em instantes, o pânico estava instalado.
O fogo crescia e uma nuvem de fumaça
Tomava conta de tudo.

Em busca de saídas, uns tropeçavam nos outros
E em corpos já caídos no chão,
E o fogo, sem tréguas, crescia rapidamente,
E a fumaça venenosa era inalada.

Em meio ao desespero,
Gritos, choros, empurrões,
De uma superlotação, a maioria de universitários.
E em poucos segundos, corpos iam se amontoando.
Os que conseguiram sair buscavam socorro.
Heróis voltavam  em busca de conhecidos,
E alguns  não conseguiram retornar mais.

Até o socorro chegar, a tragédia foi consumada.
A fumaça “assassina” ceifou centenas de vidas
Para desespero de pais e familiares.
Na madrugada sinistra, celulares
Tocavam em bolsos e mochilas,
Sem serem atendidos.

Muitas lágrimas seriam derramadas,
Muita dor seria sentida,
Muitos que conseguiram fugir,
Ainda morreriam depois, pela contaminação tóxica.
Culpas seriam passadas adiante,
Responsabilidades, repassadas.

Que deste episódio tão doloroso
Sejam tiradas lições proveitosas,
Que todos se conscientizem
Que cada um tem que fazer a sua parte,
Que leis e normas sejam cumpridas e cobradas
Que ninguém se omita, cobre e policie.
Que usuários optem por ambientes seguros,
Que as famílias encontrem consolo!


Terezinha Brandenburger
Imagem: Google

Um comentário:

  1. Oi, Mardilê, sempre leio os poemas que são editados. Também repasso a amigos on-line. Apreciei o último, da Terezinha, sobre a tragédia de Santa Maria. Todos nós fomos afetados com o sacrifício destes jovens inocentes em prol de uma tecnologia mal utilizada.
    Infelizmente, a tão cantada tecnologia está matando nossos jovens, tanto em carros, em motos, em boates e outros meios. Não se matam mais os jovens em guerras, mas são mortos pela tecnologia.
    Abraço
    Liti

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