Ode a uma árvore centenária que foi tombada.
Adeus, velha senhora!
Tombaste silenciosa, sem um gemido.
Digna como só pode alguém com mais de cem anos.
Ninguém ouviu o teu lamento.
Ninguém ouviu o teu protesto.
Cem anos olhaste para o céu.
Cem anos foste regada pelas chuvas,
balançada pelos ventos,
alimento e abrigo para pássaros e outros animais.
Cem anos deste sombra, folhas, galhos.
Húmus para adubar a terra deste.
Cem anos... silenciosa, pacífica, amiga.
Mais de cem anos para ficares do tamanho que estavas.
Por mais de cem anos todas as criaturas te respeitaram.
Os elementos: terra, água, ar, fogo, todos não te destruíram.
Que vermes malditos são esses
que em poucos minutos atoram árvores ao meio?
Que máquinas diabólicas
que em poucos minutos destroem vidas centenárias?
Ninguém ouviu o teu grito de desespero,
quando te machucaram.
Viram a seiva, o teu sangue, mas não entenderam.
Também não entenderam o teu murmúrio:
“Pai, perdoa, pois não sabem o que fazem”.
Adeus, velha senhora, adeus... e perdão!
Imagem: Google.
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