Em uma grande área arborizada que meus avós
tinham, havia diversas trilhas, e nós a chamávamos de mato e era ali o nosso
reino encantado e próximo a ele, tinha até uma cabana onde morava um velho
maltrapilho e cabeludo, que nos enchia de medo, mas ao mesmo tempo, fazia subir
a nossa adrenalina.
Brincávamos muito em seu interior e conhecíamos
cada recanto seu e fomos alertados que havia uma parte do terreno que não
deveríamos pisar, pois era de areia movediça. Tinha lá muitas goiabeiras, pés
de araçá, moranguinhos silvestres e outras.
Neste paraíso da terra, quando chegava a véspera
do Natal íamos fazer um piquenique. Levávamos galinha com farofa, limonada,
doces e outras comilanças que nos preparavam e lá permanecíamos até o
entardecer.
O nós que eu falo, eram os primos e a gurizada da
vizinhança. Ao entardecer, voltávamos para casa e nos deslumbrávamos, pois o “Papai
Noel“ havia decorado os “pinheiros“. Por muito tempo, acreditamos que era assim
mesmo, até que os mais expertos nos tiraram esta ilusão.
À noite, com os pais, íamos pela vizinhança, e em vez de peru e champanhe, comíamos doces pintados
e refresco de framboesa.
Na manhã do dia seguinte, acordávamos com os
presentes ao redor do pinheiro, que, por sinal, eram poucos e íamos para a
missa.
Contudo, com poucos presentes e sem as ceias
requintadas de agora, sinto saudades dos Natais de Outrora.
Terezinha
Brandenburger
Imagem:
Simbolos
doces lembranças...
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renate