sábado, 10 de dezembro de 2016

Os Natais de outrora



Em uma grande área arborizada que meus avós tinham, havia diversas trilhas, e nós a chamávamos de mato e era ali o nosso reino encantado e próximo a ele, tinha até uma cabana onde morava um velho maltrapilho e cabeludo, que nos enchia de medo, mas ao mesmo tempo, fazia subir a nossa adrenalina.

Brincávamos muito em seu interior e conhecíamos cada recanto seu e fomos alertados que havia uma parte do terreno que não deveríamos pisar, pois era de areia movediça. Tinha lá muitas goiabeiras, pés de araçá, moranguinhos silvestres e outras.

Neste paraíso da terra, quando chegava a véspera do Natal íamos fazer um piquenique. Levávamos galinha com farofa, limonada, doces e outras comilanças que nos preparavam e lá permanecíamos até o entardecer.

O nós que eu falo, eram os primos e a gurizada da vizinhança. Ao entardecer, voltávamos para casa e nos deslumbrávamos, pois o “Papai Noel“ havia decorado os “pinheiros“. Por muito tempo, acreditamos que era assim mesmo, até que os mais expertos nos tiraram esta ilusão.

À noite, com os pais, íamos pela vizinhança, e em vez de peru e champanhe, comíamos doces pintados e refresco de framboesa.

Na manhã do dia seguinte, acordávamos com os presentes ao redor do pinheiro, que, por sinal, eram poucos e íamos para a missa.

Contudo, com poucos presentes e sem as ceias requintadas de agora, sinto saudades dos Natais de Outrora.

Terezinha Brandenburger
Imagem: Simbolos



Um comentário: