domingo, 1 de junho de 2014

Finalmente sou tua




Assim como grandes amores murcham e fenecem, pequenos amores podem se desenvolver e tornarem-se grandes.

É possível apaixonar-se quando o relacionamento deveria estar terminando?

Tudo em minha vida é atípico, fora de série.

Depois de tantos anos de convívio, descubro-me apaixonada por ti.

Primeiro foi estranho, demorei um pouco a entender a situação. 

Me vi envolvida por sentimentos desconhecidos entre nós.

De repente as outras pessoas perderam a importância, sumiram, e a única coisa que importava era a tua presença.

Queria trancar a porta do quarto e te deixar do lado de dentro.

Apenas nós dois, sem hora para sair.

Nem no início foi assim. Naquela época, te achava pouco interessante, precisava complementar tua presença com a companhia de outras pessoas.

Eram poucos os encantos nos nossos momentos a dois.

As lembranças eram quase nulas de bons momentos que tenhamos tido a sós.

Havia um grande vazio a ser preenchido.

Fui colocando tanta coisa nesse vácuo, mas nada o preenchia.

Faltava um grande amor!

Por vezes pensei que teria de buscá-lo fora, mas tinha esperança de alguma mudança.

Então tu foste amadurecendo e agigantando-se, ocupando minha mente, meu coração e meus desejos.

E não havia mais espaço, tudo estava tomado, e eu estava dominada, sem reação, apaixonada.

Nos demos a oportunidade de termos nossa "lua-de-mel" depois de quase trinta anos, num final de semana na serra; agora eu já tinha uma boa lembrança para guardar.

Quero começar a colecioná-las!

Me assusta um pouco essa dependência, essa constatação de que é só tu que eu quero,

que é só ao teu lado que quero estar, que é por ti que quero me apaixonar.

Falta-me a motivação, se tu não me dás atenção, 

perde-se o brilho, sem a tua presença.

Me toma toda só para ti. 

Me invade, me preenche,

me possui e me basta.

Estou desarmada, entregue.

Minha alma agora te pertence.

Finalmente sou tua.

 

Beijos 

Aida
Aida Pietzarka
Imagem: Google 

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