domingo, 29 de setembro de 2013

Livros



Foto Mardilê Friedrich Fabre

 

 
 
 
 
 
 
 
 
 Leituras diversas eles oferecem,

Ler amplia os conhecimentos.

Lugares nunca vistos, eles descrevem,

Lições, inúmeras eles ensinam,

Livros são facilmente transportados, homens não.

Longas distâncias são capazes de percorrer.

Livrar da solidão, eles têm o poder.

 Terezinha Brandenburger

quarta-feira, 25 de setembro de 2013

Rever o passado


 
     Já se passavam quase vinte anos quando Sabrina voltou para rever a casa onde nascera. Ao avistar a velha casa, o coração dela disparou. Diminuiu a velocidade do carro, para que nada passasse despercebido. Estacionou em frente à casa, desligou o carro e o celular. 

    A casa com porta e janelas fechadas, e um silêncio total.

    O velho telhado estava tomado por cipó rasteiro, talvez um pássaro tenha deixado semente por ali.
 
    Antes de entrar na abandonada casa, Sabrina ficou relembrando sua infância e adolescência ali vivida. 

     Lembrou -se dos tempos em que brincava e corria naquele imenso pátio gramado, um pedaço de chão abençoado por Deus, em companhia dos seus irmãos maiores. 

     Lembrou-se das tantas árvores frutíferas, algumas ainda estavam lá e alimentavam os pássaros. Dos coqueiros e da figueira onde o gado descansava em dias ensolarados. 

   Lembrou-se das dezenas de pássaros quero-queros, que ali habitavam, disputando espaço com os gansos, que eram a paixão de seus pais. Do cavalo de montaria, outra das paixões de seu pai. Do cachorro que disputava a bola com seus irmãos. 

    Os degraus da porta da sala traziam fortes lembranças do colo do avô, dos carinhos, e a lembrança dos olhares, que dali vigiava com cuidados ao ver Sabrina correr e brincar. 

    Lembrou-se quando deixou aquela casa para se casar deixando muitas saudades. 

    Eram muitas lembranças que ainda ficavam marcadas, junto a tantas saudades. 

    Já passava do meio dia, e o sol de inverno aquecia bastante, e Sabrina resolveu entrar na casa. Tudo era silêncio, ninguém respondeu seu chamado. Mas, de repente, seu avô descansava no quarto e levantou-se. Calçando e arrastando o chinelo atravessou a cozinha, trocou algumas palavras com o filho, pai de Sabrina e foi para a varanda. 

    Sua mãe costurava um tecido na cor branca no quarto dos fundos, na antiga máquina de costura tocada a manivela. As engrenagens da máquina roíam. A cortina branca servia de porta, e a imagem da mãe não lhe era nítida. O fogão à lenha continuava apagado, e uma vela acesa sobre o fogão clareava a cozinha, e o reflexo iluminava o corredor da sala. Alguns móveis e louças antigas da casa mostravam por muitos tempos não serem usados. As paredes eram nuas na sala, como em outros cômodos da casa. No quarto do casal, havia na parede uma foto de casamento de seus pais, que talvez não tenha interessado a nenhum dos filhos. Na área dos fundos, algumas ferramentas de seu pai, algumas ainda eram de seu avô, corroídas pelo tempo. 

    Sabrina foi rever o passado, retomar lembranças, entre as quais a morte de seu avô e de seus pais. 

    A casa estava vazia, mas as pessoas que lá encontrou seriam os Espíritos dos entes queridos, fortes lembranças ou eternas saudades!

 

Carmen Gomes

Imagem: Google

 

sábado, 21 de setembro de 2013

Retalhos


 


Retalhos de Vida

Retalhos de morte

Retalhos contados a própria sorte.

Saudades, alegrias, infartos.

Retalhos belos de sonhos dourados

Por anjos levados.

Retalhos tristes, desafiantes,

De horas passadas e choradas.

Pela perda de adultos e infantes.

Retalhos pretos, brancos e coloridos

Tirados todo dia.

Cobertos de saudade e de recordações.

Retalhos, lindos pedaços que enfeitam a vida,

Intercalados entre euforias, choros e tristeza,

Alegrias e emoções impetuosas

Que juntas formam, retalhos da vida.

 

Alda Leda Galhardi

 
Imagem: Google

sexta-feira, 13 de setembro de 2013

Chamamento


 

 

Ao entoarmos o Hino do Rio Grande,

Arde a chama crioula em nosso peito,

Cantamos com orgulho e com respeito,

E este brado de nossa alma se expande:

 

“Mostremos valor...constância

Nesta ímpia e injusta guerra”...

 

É um chamamento à peonada desta terra,

(Que já foi a mais próspera e linda das estâncias)

Pra que esporeiem seus fletes de esperança...

É preciso pelear em outra guerra!

 

Hoje não mais como pelearam os farrapos,

Que tanto honraram esta Bandeira e este Chão;

Mas com as armas do direito e da razão,

Com o mesmo destemor daqueles guapos!

 

Escolhendo um capataz com competência,

Que tome as rédeas desta estância... com virtude!

Pra que, de novo,... a educação e a saúde

Voltem a ser o perfil desta Querência!

 

Zulma de Bem

Imagem: Google

sábado, 7 de setembro de 2013

7 de Setembro

 
 
Onde estão as bandeiras desfraldadas ao vento,
levando no trêmulo agito tanta vibração?
Onde ficaram as fitas nos carros,
camisetas, lenços e botons, enfeitando a multidão?
Por que este silêncio, este cinzento,
esta falta de entusiasmo e pai...
xão?
Será descaso, cansaço, tristeza, ou preocupação?
Não podemos esquecer que nós somos a Pátria,
arredia ou viril, forte ou buscando a sorte,
nós somos o Brasil!
 
Renate Gigel
Imagem: Google

quarta-feira, 4 de setembro de 2013

Bolo trufado



 

 

Bolo trufado
Sabor delicado
Em papel laminado,
Com carinho foi dado,
E com ele, mais um segredo revelado!
Lindo pacote,quadrado.Abre a ponta. Saboroso...degustado
O que surge?
Você nem sabe!
A turma! Com mais uma nova agregada.
Animada, preparada mais uma cultural jornada.
Rumo São Paulo, via aérea, com tranquila chegada.
Nenhuma  mala foi perdida nesta nova investida!
Não tivemos "causos" nem curiosidades,
Mas foi aberto o baú das saudades!
Dos tempos idos, dos momentos vividos, dos familiares perdidos...
Bate-papo maravilha,mas imaginem, quem diria
Acharam uma nova padaria!
“Gêmel”, nome formado,
Conforme o dono, gentil ,
Por gema e mel, ingredientes por eles muito usados.
E ali entre risos e sabores
Se discutiu até antigos amores!
Mas, enfim, também tinham outros objetivos,
Pois seleto grupo, ora pois, diria,
Não vive só de padaria!
Rumo, então ao Museu, onde a Palavra é estrela,
Brota nossa língua por toda parte,
Arte,
No chão, na parede, em som, imagem
Maravilhoso mundo, belíssima viagem!
Quem sabe agora vamos desbravar
Um bucólico lugar?
Claro, como se fosse um achado,
Fomos ao Mercado!
Sugestão: degustar as delícias do lugar
E entre os escolhidos, não podia faltar,
O sanduíche de mortadela e o bolinho de bacalhau,
- Quero três!
- Você vai arriscar?Já viu o tamanho? Uau!
- Nossa! é gigante! Nunca vi assim, vou ficar só com um,
Se não, coitada de mim...
Até parece que seria o fim!
E assim rola o papo, corre o tempo e
Lá vão para mais um evento.
Dia de festa e premiação!
Afinal a turma veio para a comemoração,
Fiel escudeiros da escritora-revelação.
Como sempre, todos lindos!
Eta, turma aprumada!
Imaginem a homenageada!
Aí foi o único susto, passageiro, porque  não achamos o local,
Ai, tormento!
Tinha que ter  contratempo...
Que nada, apenas falha de comunicação
E bastou trocar de saguão!
A cerimônia singela, mas muito organizada,
Muitas novas informações agregadas.
Valeu!
E  claro, logo a seguir, a turma comeu!!
Para nosso deleite,
Finalizar com café com leite!
Ainda vale comentar
Que a Vila Paraíso foi um belo lugar.
Nem parecia o agito da metrópole   
 Das correrias e engarrafamentos,
Nos ofereceu agradáveis momentos.
Não tivemos “estauta” para carregar,
Mas as compras no shopping ocuparam seu lugar!
- Será que a mala fecha?
Claro que sim, tudo se ajeita na hora de voltar.
Entre alegre despedida, a família reunida.
Aeroporto, estação,
Tudo pronto para uma nova viagem.
Só precisamos de mais uma premiação!
E o bolo trufado vai continuar na lembrança
Querendo desvendar os segredos da bolsa,
Do sorvete, que é caro, do testemunho de perseverança,
Deixando saudades e nos fazendo sentir criança!
Até a próxima!
Com carinho
Renate Gigel
Imagem: Google
 
 

 
 

domingo, 1 de setembro de 2013

Pensar azul


 

...e me encontro em devaneio,

perdida entre o azul que não sei se é do mar,

do céu ou de meu pensamento...

sei que é envolvente,

profundo e ao mesmo tempo etéreo

como o sentimento que me chega ,

plácido deslumbramento...

 

Renate Gigel

Imagem: Google