A mente é um pássaro nômade que emigra para lugares longínquos, sempreem busca de algo... de uma luz... Mas que luz é essa que sempre lhe foge?
Quanto mais adquire conhecimentos ao longo do caminho, mais percebe que, em todos esses saberes, não está o que procura. O pássaro da mente ainda não compreende, mas a luz que teima em fugir-lhe é a da sabedoria; e mesmo inconscientemente, é ela a luz que almeja. Mas onde encontrá-la? Então, armazenar conhecimentos não é sabedoria?
O pássaro do espírito interfere, mostrando que jamais a encontrará, se voar sempre para a frente; apenas para a frente, num voo vertiginoso e rasteiro, sem tempo de olhar para o céu; sem tempo de olhar ao redor... É preciso, muitas vezes, voltar ao ninho antigo. Põe-se a refletir e aos poucos vai entendendo: No afã de apropriar-se de tantas informações encontradas pelo caminho, tantas maravilhosas inovações, vai deixando despercebida, ao longo do tempo, o essencial.
Com as maravilhas da ciência conquistadas, com as tecnologias a cada dia mais aperfeiçoadas, veio o progresso, as riquezas, o conforto material... mas não a felicidade! Maravilhado a percebe nas pequenas coisas, nas coisas não vistas pelos nossos olhos mortais!
Aquela luz tão procurada começa a descortinar-se... e o pássaro da mente, finalmente voa em sua direção! Alça o voo mais alto e mais calmo; e quanto mais alto voa mais claramente vê que a sabedoria não faz parte do passado; não está no presente nem estará no futuro... Ela está dentro de cada ser humano!
Mergulha, sereno, num humilde voo para dentro de si mesmo, deixando para trás o orgulho, os preconceitos, o egoísmo...o que pensava saber... o que julgava ser... e ao encontrar-se com o que tem de mais puro e verdadeiro, encontra a centelha divina que vive em nós. Encantado, descobre o sentido verdadeiro do amor em sua essência!
Porém, o nosso pássaro continuará a voar sempre em busca da luz da qual temos apenas uma centelha, por que somos humanosm, e a plenitude desta sabedoria não pertence a este mundo! Mas quando consegue vislumbrá-la... isso é o essencial!
Continuará a buscá-la até transpor as muralhas da limitação, rumo à eternidade... Então poderá repousar em seus campos verdejantes... matar a sede em suas águas cristalinas e finalmente, ser acolhido em seus braços.
Zulma Trindade de Bem
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