sábado, 26 de maio de 2018

Luz-da-lua (Branca de Neve invertida)




Luz-da-lua nasceu linda. Pretinha, rosto redondo, cabelos negros, olhos cor-de-ameixa preta, boca em forma de coração era a alegria dos pais. O choro parecia uma canção. Amaram-na. Festejaram a sua vinda.
Luz-da-lua cresceu cercada de carinhos. Aos sete anos, porém, seu pai morreu. Aos oito, a mãe casou-se novamente. Trabalhava muito. O padastro não trabalhava. Em casa, fumava, bebia, olhava num espelho e dizia a si mesmo:"Espelho, espelho meu, existe alguém mais atraente que eu?" 
Uma noite em que a mãe estava no trabalho, o padrasto achegou-se à menina, acarinhou-a, deu-lhe beijos.  Luz-da-lua não gostou, assustou-se e fugiu.  Vagou na noite para bem longe, com medo de o padrasto encontrá-la. Pela manhã, viu um bando de meninos bem pequenos num grande pátio. Jogavam bola. Chegou até uma cerca e ficou a observá-los. Os menininhos viram-na. Um deles aproximou-se: "Oi, menina, está com fome?" "Não, estou com medo.""Medo do quê?" "Medo do meu padastro. Fugi de casa e temo que ele me encontre." "Entra! Vem! Aqui ele não te encontra". E abriu o portão. "Até que o monsenhor chegue, vais ficar conosco." Os menininhos foram muito gentis. Jogaram com ela. A bola corria de um a outro lado. Luz-da-lua sentia-se feliz.
Quando o monsenhor chegou, os meninos contaram-lhe o que acontecera com Luz-da-lua. O senhor saiu. Pegou um telefone. Depois de algum tempo, o padrasto apareceu. Luz-da-lua ficou apavorada. O monsenhor disse que só entregaria a menina à mãe. O padrasto saiu a toda com seu automóvel. Encontrou-se com um caminhão. O acidente mandou-o para o céu..
Luz-da-lua voltou para sua mãe e sempre curtiu a amizade dos menininhos. 

Liti Belinha Rheinheimer
Imagem: Raiz do samba - WoordPress.com 

sábado, 19 de maio de 2018

Alados





Os pensamentos voam,
Mesmo que não lhes tenha dado asas,
Fazem rasantes em perguntas não respondidas,
Furam névoas cinzentas de emoções não correspondidas.

Suas asas, num bater intenso e fugaz,
Volteiam, circulam, procuram por paz.

Quanto mais densas e turvas as nuvens e causticante o vento,
Mais batem e se debatem as asas do pensamento.

Parece que a prece, a luz que fenece,
O intenso, o forte, o imenso,
Encolhe-se, recolhe, vira fumaça ou incenso.
Mas não crê que possa acabar o amor
Ou como pensamento, bater asas e ir embora.
Pensamento tem asas, voa e chora...
Renate Gigel
Imagem: ipumirim.sc.gov.br


quarta-feira, 9 de maio de 2018

Mãe…





Mãe amor que arrasa e abrasa

Com teu calor

Abraça meu coração com amor...

Dedica à vida para a minha felicidade!

Faz isto sempre não importa a idade...

Não há palavras para retribuir tanta

Gratuidade!


Eloísa S. Moura
Imagem: Dicas de Mulher